"Quero fazer da minha existencia lesbica feminista a produção crítica de mim mesma e do mundo!"

(frase criada por várias lésbicas feminista do Brasil- Marylucia Mesquita, Luanna Marley, Kaká Kolinsk...)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Paz para o Rio - mulheres da AMB em ação

O Tempo a gente aqui do Ceará fica vendo na TV e nos Jornais sobre o que está acontecendo no Rio de Janeiro. De um lado a polícia, de outro os traficantes.Ninguém sabe quais dos dois grupos está mais armado, mas todo mundo só quer mesmo é saber de sobreviver.
Algumas meninas do Rio, que assim como nós do LAMCE, integram a AMB-Articulação de Mulheres Brasileiras, foram até a Vila Cruzeiro, que foi invadida pela polícia, para tentar filmar um pouco da reação da comunidade "pacificada" e fazer gráfite nos muros.
Confira o vídeo aqui no blog do LAMCE:

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Nota dia 25 de novembro - Dia Internacional pelo Fim da Violência contra Mulher

Violência contra as mulheres, o que nós temos a dizer?

Nesse 25 de novembro, dia pelo fim da violência contra as mulheres, ainda há muito o que denunciar sobre a violência doméstica, simbólica e sexual. Mas, nesse ano o movimento de mulheres não pode deixar de destacar a violência que tem se expressado no controle do corpo e da sexualidade das mulheres quando o assunto é a interrupção da gravidez.
No último dia 10 de novembro de 2010, os meios de comunicação de massa em nosso estado noticiaram informações acerca da Operação “Exterminador do Futuro” executada pelo Ministério Público no Estado do Ceará na investigação de uma suposta clínica de aborto clandestino, situada em nossa capital.
Logo que este fato veio à tona, ficamos nos perguntando: o que acontecerá com as mulheres? Será que serão expostas à condenação pública? Será que a sociedade tem o direito de julgá-las como criminosas? São perguntas que todas nós fazemos. Seria exagero, afirmar, que todas (os) nós conhecemos alguém, que por algum motivo, pensou e-ou teve que interromper a gravidez. Será que seria justo penalizá-las, novamente?
O alto índice de aborto em nosso país e estado é um problema de saúde pública que precisa ser encarado por todas (os) nós, independente de nossa opinião particular sobre o ato. Não podemos nos pautar por nossas condições individuais, devemos encarar o fato como um grave desafio à saúde em nosso país.
Na mesma semana, que esta notícia foi veiculada, o Jornal O Povo, do dia 11 de novembro, apresentou o alto índice de mulheres que recorreram, no estado do Ceará, ao Sistema Único de Saúde (SUS) pós-aborto, em sua grande maioria para a realização da prática da curetagem. No ano de 2009, foram 10.514 internações e neste ano, até o mês de agosto, o número chega a 6.383. Em Fortaleza, o índice é de 2.234 internações até o mês de agosto-2010.
Nós, representantes dos movimentos e entidades de mulheres e feministas do Ceará vimos, por meio desta nota pública, reafirmar nosso compromisso com o direito das mulheres decidirem sobre seus corpos e suas vidas. Compreendendo que a investigação que acontece precisa priorizar o sigilo da identidade destas mulheres, para que não aconteça no estado do Ceará o que ocorreu em Mato Grosso do Sul, quando, em condições semelhantes, 11 mil mulheres foram listadas publicamente e indiciadas, por suspeita de terem praticado o ato.
É difícil compreender o fato das mulheres não serem ouvidas. De nossa sociedade não querer debater.  Pois, estamos aqui! Com a seriedade e a serenidade que o debate exige, convidando a sociedade cearense a debater sobre a descriminalização do aborto: em casa, na escola, nas Igrejas, nos partidos políticos, nos meios de comunicação, nos poderes executivo, legislativo, judiciário;  nas associações comunitárias, nas ONG`s... Enfim, promovamos um bom debate!
E saibamos: Em tempo algum, mulher nenhuma engravida para ter a experiência do aborto. Nenhuma! Este é um direito que nos é devido, mas, que não gostaríamos de usar. Mas, quando for preciso, as mulheres brasileiras têm o direito de decidir, a sociedade de respeitar e o Estado de garantir.

Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Marcha Mundial de Mulheres, União Brasileira de Mulheres (UBM), ONG Casa Lilás; ONG Elo Feminista; Centro Socorro Abreu;  Casa Chiquinha Gonzaga;  Central Única dos Trabalhadores – CUT; Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB);  Fórum Cearense de Mulheres; Liberdade do Amor entre Mulheres no Ceará – LAMCE; Instituto Negra do Ceará - INegra; Federação de Entidades de Bairros e Favelas de Fortaleza – FBFF;Atelier GERASOL;  Federação dos Trabalhadores Municipais do Estado do Ceará – FETAMCE;   Instituto Terramar;  Centro Brasileiro pela Paz – CebraPaz ; Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares no Ceará – RENAP/CE; DIVAS – Grupo em Defesa da Diversidade Afetiva e Sexual;  Movimento pela Livre Orientação Sexual - Movê –los; Movimento Ibiapabano de Mulheres – MIM; União da Juventude Socialista (UJS); Associação de Mulheres do Grande Bom Jardim; SINDISEP Quixadá;SINDISEP Maracanaú; Coletivo de Jovens Feministas do Ceará; Central dos Movimentos Populares - CMP; GRAB– Grupo de Resistência Asa Branca; Instituto de Capacitação para a Vida - ICV .

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Carta Aberta da AMB para eleit@s em 2010

        

       Carta AMB nº21 / 2010.
Natal, 22 de novembro de 2010.


Prezada Parlamentar:

A Articulação de Mulheres Brasileiras, dirige-se @s Excelentíssim@s Senhor@s Deputad@s e Senador@s para reivindicar o esforço político de Parlamento no sentido de reverter o quadro crítico do Orçamento destinado às Políticas para as Mulheres.
Há metas compromissadas para melhorar a vida das mulheres, das quais ainda estamos muito longe, que demandam o investimento de recursos orçamentários, para além do que está previsto no Projeto de Lei Orçamentária para 2011.
É preciso prever mais recursos no Orçamento para se avançar em relação à redução da mortalidade materna, à ampliação dos serviços públicos para o enfrentamento da violência contra as mulheres, ao crescimento da participação feminina no mercado de trabalho e ao aumento da oferta de vagas em creches públicas, entre outros compromissos assumidos no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.
Cientes de que as emendas parlamentares individuais, de Comissões e de Bancada ainda podem reverter essa situação, nos dirigimos a Vossa Excelência para reivindicar sua especial atenção e empenho políticos.
Primeiramente, destacamos que, o PLOA 2011 propõe o menor orçamento dos últimos 4 anos para a Secretaria de Políticas para as Mulheres: apenas R$55 milhões. Segundo avaliação da SPM, seriam necessários R$ 225,6 milhões para o cumprimento de sua missão e responsabilidades. A orientação expressa no PLOA 2011 ameaça reverter a tendência  construída na última década, de paulatina ampliação dos recursos em políticas para a igualdade.
Os recursos previstos no PLOA 2011 para o Apoio ao reaparelhamento das instituições de segurança pública (ação nº8988, do Programa 1127 - Sistema Único de Segurança Pública) correspondem a 18% do que está autorizado no Orçamento atual para essa mesma ação, que financia parte importante das medidas para a implementação da Lei Maria da Penha.
Em 2011, se o PLOA for aprovado como está, as Iniciativas de prevenção à violência contra as mulheres (ação nº 8834, do Programa 0156) vão ter 1/4 dos recursos que costumavam ter autorizados no Orçamento da União, desde 2008.
Na área da saúde, a distância que nos separa da meta de reduzir a mortalidade materna em 15% até 2011 é enorme. Só no ano passado 1513 mulheres morreram durante a gravidez, parto ou puerpério e, em 92% desses casos teria sido possível evitar tamanha tragédia. Uma das ações orçamentárias importantes para superar o problema é a Estruturação de unidades de atenção especializada em saúde (ação nº 8535), que sofreu uma redução drástica de recursos em relação aos últimos 3 anos. De 2008 a 2010 (até 21/outubro), a autorização média para essa ação foi de R$ 1.592,6 milhões e a liquidação média de R$ 517,6 milhões, mas para 2011 a proposta do Governo Federal é que sua dotação inicial seja de apenas R$ 314,6 milhões.
Outro problema, diz respeito ao financiamento da educação infantil, no Programa Qualidade na Escola (nº1444). Os recursos previstos no PLOA 2011 para as ações orçamentárias de Apoio a aquisição de equipamentos para a rede pública da educação infantil (nº8746) e Apoio à Reestruturação da Rede Física Pública na Educação Básica (Nº 09CW) correspondem à menos da metade do que está autorizado neste ano de 2010.
A meta do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres é aumentar em 12% o número de crianças entre 0 e 6 anos de idade freqüentando creche e pré-escola na rede pública,  até 2011 e estamos muito longe de alcançá-la. Ressaltamos ainda que essa política também foi uma das prioridades do programa da Presidenta eleita. E sem mais recursos não se viabiliza.
Para além de reivindicar o empenho de Vossa Excelência na apresentação, articulação e aprovação das emendas pontuais a que nos referimos (e que seguem anexas), a Articulação de Mulheres Brasileiras manifesta sua demanda por políticas públicas sociais e econômicas, em todas as esferas de governo, que possam melhorar as condições de vida das mulheres e promover a igualdade. Ademais, reafirmamos nossa reivindicação por ações afirmativas para eliminar as desigualdades acumuladas pelas mulheres, decorrentes da discriminação e marginalização a que estamos submetidas, inclusive e especialmente as mulheres indígenas, negras, lésbicas entre outros grupos sujeitos à múltiplas formas de discriminação. 
Atenciosamente,
Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB
Articulação de Mulheres do Acre
Fórum de Entidades Autônomas de Mulheres de Alagoas
Articulação de Mulheres do Amapá



Articulação de Mulheres do Amazonas
Fórum de Mulheres de Salvador
Fórum de Mulheres de Lauro de Freitas
Fórum Cearense de Mulheres
Fórum de Mulheres do Distrito Federal
Fórum de Mulheres do Espírito Santo
Fórum Estadual de Mulheres Maranhenses
Fórum Goiano de Mulheres
Fórum de Mulheres de Mato Grosso
Articulação de Mulheres do Mato Grosso do Sul
Fórum de Mulheres da Grande Belo Horizonte
Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense
Rede de Mulheres em Articulação da Paraíba
Fórum de Mulheres da Paraíba
Fórum de Mulheres do Paraná
Fórum de Mulheres de Pernambuco
Fórum de Mulheres Piauienses
Articulação de Mulheres Brasileiras - RJ
Fórum de Mulheres do Rio Grande do Norte
Fórum Municipal da Mulher de Porto Alegre
Núcleo de Mulheres de Roraima
Fórum de Mulheres de Santa Catarina
Articulação de Mulheres de São Paulo
Fórum de Mulheres de Sergipe
Articulação de Mulheres Tocantinenses


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Notícia - Tambores de Safo

Direto do site da Prefeitura:
http://www.fortaleza.ce.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=14205&Itemid=239


Grupo Tambores de Safo ensaia no Parque da Liberdade

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02/09/2010

O grupo de percussão Tambores de Safo realiza ensaio aberto todos os sábados no Parque da Liberdade, também conhecido como Cidade da Criança. O grupo é formado por mulheres feministas e realiza intervenções político-culturais a partir de uma consciência negra, lésbica e bissexual.

Inicialmente, o Tambores de Safo foi criado para a visibilidade política e das demandas específicas das mulheres lésbicas e bissexuais durante a Parada pela Diversidade Sexual. No entanto, diante da importância de se fazer uma reflexão política sobre as opressões sociais, o grupo continua atuando. Entre tambores, ritmos afronordestinos, letras que pulsam, palavras de ordem e ações políticas, as mulheres dos Tambores de Safo ocupam a cidade de Fortaleza.

O Tambores de Safo surgiu a partir da organização das Mulheres Lésbicas e Bissexuais Independentes e do Grupo Lamce (Liberdade do Amor entre Mulheres no Ceará). O grupo recebe o apoio cultural da Coordenadoria da Diversidade Sexual da Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza (SDH).

:: SERVIÇO
Ensaio do Grupo Tambores de Safo
Data: sábados
Horário: a partir das 15h
Local: Parque da Liberdade / Cidade da Criança (Rua Pedro I, s/n – Centro)
 

domingo, 21 de novembro de 2010

Alika em Fortaleza


Alika Roots, cantora argentina fundadora da banda de hip hop Actitude Maria Marta e hoje com carreira solo nos ritmos de reggae estará em Fortaleza em show pago na Barraca Biruta no dia 11 de dezembro de 2010.
Alika é o nome feminino do reggae mais ouvido na América latina. Suas letras em sintonia com a filosofia Rastafári, falam sobre ser guerreira, resistir e lutar contra a opressão do sistema capitalista, racista, patriarcal e neo-liberal.

Vale a pena conferir...


4º For Rainbow Festival de Cinema e Diversidade Sexual do Ceará


A 4ª edição do Festival de Cinema e Diversidade Sexual do Ceará acontece agora de 26 de novembro a 02 de dezembro de 2010 e pela primeira vez com toda a exibição na Casa Amarela Eusébio Oliveira.
Segundo a organização nunca uma edição do festival foi tão lésbica.
Entre os filmes selecionados para exibição durante o festival está o documentário Sou Mulher, Sou Brasileira, Sou Lésbica/do diretor carioca Vagner de Almeida, onde aparecem entrevistadas algumas militantes do LAMCE.
Confira o trailler do filme e compareça as atividades do For Rainbow. Mais informações completas no site: http://www.forrainbow.com.br/

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

20 de novembro - Postal do Movimento D'Ellas



Dia da Consciência Negra com Tambores de Safo

Amanhã, dia 20 de novembro é dia da Consciência Negra e os Tambores de Safo, batucada de mulheres lésbicas e bissexuais feministas estaram em um cortejo e apresentação no Bairro Bom Jardim, a convite da União de Moradores do Bairro Canindezinho. Além dos Tambores de Safo, ocorreram palestras e apresentações artístiscas com outras expressões da cultura negra, como o afoxé, capoeira, coco e maculelê.


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sábado é Encerramento dos Jogos da Diversidade Sexual!

A reação conservadora como suplício e morte do corpo do outro




Por Cristiane Faustino*
Escrevo tomada pelo sentimento e pela indignação frente ao extermínio de minhas gentes. Um extermínio físico, emocional, psicológico, simbólico.
Que me desculpem os otimistas, mas não há exageros; apenas olhos que vêem e sofrem. Às vezes, na luta e na resistência, é preciso não nos vitimizarmos para legitimar nossas forças: braços, pernas e cabeças que nos fazem andar e ir adiante, ainda que sobre pedras e espinhos. Mas momentos há em que parece que somos mais vítimas do que antes. E não explicitar isso com toda a sensibilidade é correr o risco de não perceber o suficiente as ameaças que nos rondam, de sequer saber o quanto temos que nos preocupar em proteger nossos corpos, lugar que possibilita nossa existência.
Nos últimos dias, uma velha e dolorosa sensação de violência, medo e impotência persegue nossos sonhos, principalmente os de quem, por lucidez e loucura, ousa sonhar e buscar fazer por onde o mundo se torne um bom lugar de se viver. Parece que estamos cercados por um “ethos” tão humanamente antiético que se faz no sangrar das injustiças, da maldade e da perversidade. Um tipo de nazifacismo toma conta das consciências ao nosso redor: o desespero diante de possíveis perdas de privilégios leva uns a trucidar os outros, sem piedade nem remorso.
Ante qualquer pequeno passo ou meros gestos de possibilidades de avanço nos direitos – até mesmo as poucas e insuficientes políticas públicas conquistadas a duras penas -, uma reação conservadora nos ataca e nos violenta;  ameaça, com sangue e dor, antecipar nosso fim. Lembro o “vigiar e punir” de Michel Foucault, que nos conta de um tempo em que as punições eram marcadas pelo suplício do corpo, como método de limpeza e exemplo.
No nosso tempo, parece acertado pensar que o suplício cotidiano se acirra e se evidencia na vida dos rejeitados, pelo autoritarismo burguês, mediante a exposição da dor e do sofrimento do corpo e da degeneração de sua humanidade. Algo no ar nos diz: “Estejam presos! Sofram! Por que ainda estão vivos? Por que deixamos viver até hoje esses degenerados, que são os pobres, os pretos, os índios, os nordestinos, as mulheres, os homossexuais?” Vivemos em tempos de suplício, de máscaras e correntes de ferro garroteando os negros; de agressão, humilhação e morte às mulheres e homossexuais.
E assim, nesse sopro de vingança contra as nossas existências, é que tenho me visto morrer a mim, em mim e nos outros e outras como eu. É assim quando penso nos moradores de ruas, talvez o alvo mais frágil dessa cadeia de ódio e vingança que aflora nos espíritos da convicta, fanática e arrogante “pureza”. Quando penso nas mulheres perseguidas, caçadas como bruxas, cruelmente assassinadas pela violência do machismo, na persistência dos velhos sistemas de subordinação e dores. Quando penso nos homossexuais, que no simples ato de andar pela rua podem morrer ou ser alvejados por lâmpadas e tudo o quanto é sorte de objetos e palavras, capazes de ferir e matar o corpo e a alma. Quando penso nos povos negros e indígenas sendo exterminados em nome do “bem” de tod@s! Quando penso nos nordestinos humilhados, nos pobres e miseráveis que causam “nojo” no senso comum. Quando penso na ânsia de matar o outro, de exterminá-lo mediante chacinas, só porque o outro é outro
Não se pode dizer que a onda conservadora que tem varrido de sangue as ruas do Brasil resulta somente do enorme desserviço e crueldade da campanha de José Serra e dos anseios dos seus iguais, como a grande mídia e os setores mais reacionários do cristianismo, das grandes e tradicionais instituições. Mas uma coisa me parece certa: na ânsia de garantir o poder, a campanha presidencial de José Serra ajudou, e muito, a nos impor escancaradamente e na mais cruel nudez o terror de nossos sistemas sociais: a violência, a tortura e morte dos corpos como métodos abertos e desanuviados.
Impressiona a falta de pudor – e até mesmo o discurso de uma suposta boa fé -, contra qualquer possibilidade de avanços nos direitos e na forma de tratar as diversidades. Em tal discurso, toma-se como instrumentos de alcances das subjetividades dominadas pelos ideais burgueses, racistas, patriarcais e homofóbicos, as noções de Maternidade, de Fraternidade, de Fé em Deus, de Família, de Igreja, da Segurança Pública, do Bem Comum, do Amor e, até, de Igualdade e Liberdade, dentre outras concepções contaminadas por um moralismo puritano e fanático.
O que vem sendo a todo custo forjado pelas lutas sociais nos espaços de institucionalidade e nas próprias contradições das políticas, como a defesa dos direitos humanos e da diversidade, é sem dúvida distorcido pelas bocas e instituições das elites, e fez emergir, como  vingança e ameaça,  a face mais cruel, porém mais verdadeira, daquilo que os movimentos em defesa dos direitos humanos e contra toda forma de discriminação denunciam todo dia sobre a política, as instituições e a vida cotidiana: suas injustiças e sua violência.
Sinto que estamos experimentando, pelo lado mais sanguinário, a força de uma sociedade desigual, sombria, perversa e assassina, que cria métodos e instrumentos de “limpeza” e que ergue revólveres e facas, pedras e lâmpadas, palavras, atos e gestos contra os que “enfeiam” o higienismo simétrico e psicopata dos sistemas de privilégios.
* Militante feminista e representante do Instituto Terramar na Coordenação Colegiada do GT Combate ao Racismo Ambiental.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Seminário Nacioanal discute a Mulher e Mídia



O Seminário irá se realizar no Rio de Janeiro, 2 a 4 de dezembro de 2010 e tem comos principais realizadores a  Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Instituto Patrícia Galvão e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem)


Mídia e Mulheres no Poder será o tema central das mesas e devbates do Seminário A Mulher e a Mídia em 2010.


Público: O Seminário é voltado especialmente para quem atua nas áreas de comunicação e gênero.

Transporte: A organização do Mulher e Mídia 7 não prevê apoio para o transporte aéreo ou terrestre das/os participantes.
Alimentação e hospedagem: A organização do Mulher e Mídia 7 oferecerá almoço e coffee break para as pré-inscrições selecionadas, mas não arcará com nenhuma outra despesa. Para as/os participantes que não residem na cidade do Rio de Janeiro, será oferecida hospedagem a partir da noite do dia 2 de dezembro.

Pré-inscrições: Há um número limitado de vagas e as inscrições são gratuitas. É necessário fazer a pré-inscrição até as 18h do dia 19 de novembro.
Atenção: A pré-inscrição não garante sua participação no Seminário. Aguarde o aviso de confirmação ou de não confirmação de sua participação, que será enviado por e-mail pela organização do Seminário Nacional A Mulher e A Mídia 7.

Mais informações: mulheremidia7@uol.com.br / tel.: (11) 3262-2452

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Confira a Programação da Terça Negra em Fortaleza


 Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza (SDH), através da Coordenadoria da Igualdade Racial (Coppir), realiza como parte da comemoração do mês da Consciência Negra o evento Terça Negra, especialmente, ao longo de todas as semanas de novembro. A atividade, que apresenta manifestações culturais africanas e afrodescendentes, tem com objetivo fortalecer a identidade negra da cidade. 
Nesta terça-feira, dia 16, a atração será o Grupo Camaleões do Vila, que se denomina uma escola de percussão e uma bateria show para apresentações em diversos eventos, criada com o principal objetivo de divulgar, incentivar e valorizar uma das maiores tradições do Brasil, o nosso Samba.
 
O bloco tem como padrinho e consultor o mestre "Serrinha Raiz", diretor da escola Unidos da Tijuca, grande campeã do carnaval do RJ 2010 e como mestre de bateria, o grande músico "Leandro".
Durante as próximas semanas, as Terças Negras apresentarão atrações como Cadê as Rosas, dia 23, e uma homenagem ao Dia Nacional do Samba, com show Escola de Samba Unidos do Pajeú e participação de Bons Amigos e Bateria Surdo Bom, no dia 30 de novembro, encerrando o mês.

Para além das Terças Negras, a Coppir programou uma série de atividades em comemoração ao mês da Consciência Negra, fazendo a política de promoção da igualdade racial se afirmar e se espraiar nas diversas ações e equipamentos da Prefeitura Municipal de Fortaleza. Assim, as programações culturais do Passeio Público, do Mercado dos Pinhões e da Biblioteca Pública Municipal Dolor Barreira também estão dedicadas ao tema.

Confira a programação:

DIA 16
18h -Terça Negra - Grupo Camaleões do Vila
Local: Parque da Liberdade/ Cidade da Criança (Rua Pedro I, s/n, Centro)

DIA 23
18h – Terça Negra - Cadê as Rosas
Local: Parque da Liberdade/ Cidade da Criança (Rua Pedro I, s/n, Centro)

DIA 30
18h - Terça Negra: Homenagem Dia Nacional do Samba - Show Escola de Samba Unidos do Pajeú, com Participação Bons Amigos e Bateria Surdo Bom
Local: Parque da Liberdade/ Cidade da Criança (Rua Pedro I, s/n, Centro)

Serviço
Terças Negras.
Local: Parque da Liberdade/ Cidade da Criança (Rua Pedro I, s/n, Centro)
Mais informações: (85) 3452.7747

Outras informações para a imprensa: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza (3131 1698). Falar com Roberta França (8814 8091) ou Carol Costa (8121-8211)--
__________________________________
PROJETO TERÇA NEGRA - COPPIR
Parque da Liberdade/Cidade da Criança
Rua Pedro I, s/n, Centro
Telefone: (85) 3452-7747 

domingo, 14 de novembro de 2010

Vídeo da CAminhada Lésbica Feminista em BH

Confira o vídeo da Caminhada Lésbica Feminista que rolou em Belo Horizonto, no Seminário Internacioanal sobre Lesbianidade e Feminismo - Olhares Diversos, onde estiveram presentes duas representantes do LAMCE e outras militantes do Ceará.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Polícias e Guardas fazem ato contra Homofobia ( no Rio)

Policiais fazem ato contra a violência homofóbica no centro do Rio


Enquanto o Rio de Janeiro sedia o 2º Seminário Nacional de Segurança Pública para LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), um ato contra a homofobia ocorreu hoje (10) na Candelária, no centro da cidade. O ato reuniu guardas municipais, policiais civis e militares que lembraram os LGBTs assassinados no Brasil. Durante a manifestação, flores foram distribuídas às pessoas que passavam pelo local, além de bolas brancas simbolizando os homossexuais assassinados.

De acordo com o presidente da organização não governamental Grupo Arco-Iris, Júlio Moreira, não se pode discutir segurança pública para o público LGBT sem assegurar a inclusão social para os homossexuais.

“Não podemos discutir a questão da segurança pública [para os homossexuais] se não houver políticas públicas de inclusão social. Em muitas vezes a vítima sofre violência homofóbica justamente pelas vulnerabilidades sociais em que elas convivem. Um exemplo são os travestis e os transsexuais, pois se expõem ao assumirem uma identidade de gênero feminino. Com isso, eles têm dificuldade ao acesso básico à saúde, educação e ao trabalho. Então temos que trabalhar neste âmbito também para melhorar o quadro de discriminação no país”, afirmou.

Segundo o superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio, Cláudio Nascimento, mesmo com a tradição das polícias serem machistas, nos últimos anos os policiais estão mudando a perspectiva ao lidar com a temática LGBT.

“A tradição das policias, por conta da ditadura militar, é uma tradição ainda machista, muito conservadora. Mas, na última década, estamos percebendo uma mudança grande nas perspectivas dos policiais, na maneira de lidar com esta temática [LGBT]. Isso mostra que as políticas de segurança pública para LGBT avançam e agora precisamos aumentar ainda mais o diálogo entre a comunidade homossexual e os vários segmentos operadores de segurança pública”, disse.

O seminário, que ocorre no Hotel Guanabara, no centro da cidade, termina amanhã (10). Segundo Nascimento, os participantes do seminário estão elaborando um plano de ação nacional na área de segurança pública para combater a discriminação. Eles esperam também definir um conjunto de diretrizes para elaborar 27 planos estaduais, direcionados às forças policiais em cada estado da Federação.

Da Agência Brasil

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Representantes do LAMCE participam de Seminário Internacioanal sobre Lesbianidade e Feminismo

Informações sobre o seminário....


A Associação Lésbica de Minas, com o financiamento da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, em parceria com a Rede Feminista de Saúde, Articulação de Mulheres Brasileiras, o Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos LGBT da UFMG, Conexões UFMG e a ABGLT realizará em Belo Horizonte, nos dias 03, 04 e 05 de novembro próximo, no OTHON Palace, avenida Afonso Pena, 1050, Belo Horizonte, o Seminário Internacional: Direitos Sexuais, Feminismos, Lesbianidades – Olhares Diversos.

O Seminário contará com a participação de 300 pessoas, tendo como objetivo articular a temática da Diversidade Sexual feminina a outras categorias como raça, classe e aspectos geracionais para a compreensão e o enfrentamento ao fenômeno da violência contra as mulheres, junto a pesquisadores/as acadêmicos e aos movimentos sociais do Brasil, América Latina e Estados Unidos.

A programação está estruturada em uma conferência de abertura, seis grandes mesas que abordarão diversos temas relevantes para a ação do movimento de mulheres lésbicas e feministas, para a produção de saberes e a construção de políticas que dialoguem com a multiplicidade dos desafios contemporâneos.

A conferência de abertura que ocorrerá no dia 3/11, às 20 horas, será com Jaya Sharma, da Índia. Ela é fundadora da Nirantar, um centro de gênero e educação com sede em Nova Delhi. A conferencista, que é uma pesquisadora, vem trabalhando há mais de 20 anos com as questões dos direitos das mulheres e a educação, focando o empoderamento e a descriminalização da sexualidade não-heterossexuais na Índia.

Atualmente Jaya Sharma está coordenando a iniciativa Educação Sexual no Nirantar, priorizando o direito de acesso à educação sexual com perspectivas comunitárias relacionadas à sexualidade por meio de ações de ONGS que trabalham com mulheres pobres de comunidades marginalizadas, principalmente na Índia rural, através de oficinas e material educativo.

Filiadas da Rede Feminista de Saúde participarão do evento, entre elas a diretora executiva do Centro de Documentação Coisa de Mulher do RJ, Neusa Pereira das Dores, que dividirá terceira mesa do Seminário com abordagem em Sexualidades, Gêneros e Interseções políticas, com as ativistas Rosa Posa, do Paraguai, e a mexicana Glória Careaga. Atuando como debatedora estará Sílvia Camurça.

No último dia do Seminário, 5/11, a secretária executiva da Rede, Telia Negrão, fará sua intervenção sobre “Aborto como tema de direitos sexuais” ao lado da peruana Roxana Vasquez, do Cladem (foto), e da psicóloga Valéria Melki, da Católicas Pelo Direito de Decidir. A debatedora desta mesa será Margareth Arilha, da Comissão de Cidadania e Reprodução.

Durante o Seminário serão realizadas oito oficinas seguindo a ação do projeto Ações para a Visibilidade Lésbica Sob a Ótica Feminista: Construindo Saberes, Enfrentando Violências. Para saber mais clique aqui