"Quero fazer da minha existencia lesbica feminista a produção crítica de mim mesma e do mundo!"

(frase criada por várias lésbicas feminista do Brasil- Marylucia Mesquita, Luanna Marley, Kaká Kolinsk...)

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Estivemos no VII SENALE - Seminário Nacional de Lésbicas

De 7 a 11 de maio de 2010, aconteceu em Rondônia, Porto Velho, a Sétima edição do SENALE – Seminário Nacional de Lésbicas e nós militantes do LAMCE estávamos lá, não só assistindo, mas participando ativamente da organização e de todas as discussões.
O Senale é o principal encontro de lésbicas e mulheres Bissexuais do Brasil e lá são deliberadas ações conjuntas para nós enquanto movimento organizado executarmos, principais bandeiras políticas e as pautas que vamos dar maior ênfase nos dois próximos anos.
Acompanhe a Carta de Porto Velho, documento que escrevemos por lá, também algumas fotos e vídeo sobre esse maravilhoso encontro.
CARTA PORTO VELHO
Marcada pela histórica estrada de ferro Madeira – Mamoré, à beira das caudalosas águas do Rio Madeira, os ventos levam folclóricas lendas indígenas como as da Iara, do Boto e do Mapinguari. A poderosa natureza vibra diante das Três Marias, o caldeirão cultural efervesce entre os bairros Esperança da Comunidade e Socialista, pois soam os gritos e as rebeldias de mulheres lésbicas e bissexuais das cinco macrorregiões do Brasil, e assim, diante do sentimento de “Unificação, Fortalecimento e Visibilidade”, realizamos, em Porto Velho – a cidade da Amazônia Ocidental – entre os dias 07 e 11 de maio de 2010, o VII Seminário Nacional de Lésbicas e Mulheres Bissexuais (SENALE).
Há mais de 30 anos nós lésbicas e mulheres bissexuais nos organizamos para a construção de um projeto político coletivo que visibilize nossas reivindicações. Construímos 07 seminários nacionais (SENALE), o primeiro no ano de 1996, na cidade do Rio de Janeiro, sempre na lógica do fortalecimento interno e do crescimento da solidariedade entre ativistas políticas que compõem hoje o movimento de lésbicas e mulheres bissexuais brasileiras, pautadas pelos princípios da ética, da responsabilidade, do respeito, da solidariedade, da horizontalidade, da circularidade, da transparência, do combate ao racismo e todas as formas de opressão, da inclusão e da generosidade elencadas no pacto lésbico feminista, referendadas neste encontro de 2010.
Apesar dos avanços em nossa organização através dos movimentos de caráter nacional, estadual e local, e da forma como atuamos pautando as demandas específicas em conferências, conselhos e grupos de trabalho técnicos constituídos pelos governos, ainda vivemos em uma situação de lesbofobia estatal e institucional, não sendo reconhecidas como sujeitas de direitos e consequentemente, invisibilizadas nas políticas públicas e pelo sistema político.
As transformações ocorridas no mundo, nos planos econômico, social, cultural, político e tecnológico têm acentuado um processo crescente de globalização cuja matriz neoliberal potencializa opressões, contradições e desigualdades sociais.
Os fundamentalismos religiosos, econômicos, políticos e sociais historicamente enraizados em suas múltiplas faces na sociedade, têm contribuído significativamente para a dominação, subordinação e mercantilização do corpo das mulheres, para a não pluralidade, para a criminalização dos movimentos sociais, para o esvaziamento das identidades políticas, naturalizando um processo hegemônico de preconceitos, violências e de opressão.
Acreditamos na necessidade de um projeto político de lésbicas feministas baseado verdadeiramente na autonomia, na liberdade, na autodeterminação e em uma construção coletiva e horizontal, rompendo com as práticas machistas, patriarcais, misóginas, classistas, racistas e, principalmente, lesbofóbicas, homofóbicas e transfóbicas. Consideramos como necessária a desconstrução da heterossexualidade obrigatória e o fim de todas as formas de opressão e violência praticada contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Ademais, identificamos no próprio movimento LGBT (lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) práticas que reproduzem e reforçam o engessamento do processo político no movimento, conforme ocorrido na I Conferência Nacional LGBT, onde travestis, transexuais, mulheres bissexuais e lésbicas perderam espaço e representatividade pela utilização do pseudo discurso de defesa da paridade de gênero, retrocedendo nos avanços contra-hegemônicos da construção das identidades políticas como instrumento de visibilidade e democracia participativa.
As fortes reações da Igreja Católica, igrejas protestantes evangélicas e de outros setores conservadores da sociedade brasileira à ampliação do acesso de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, como o a união civil com igualdade de direitos e a adoção por casais do mesmo sexo, previstas no III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), indicam a nítida intolerância e descumprimento de um preceito básico da Constituição Brasileira de 1988, no seu artigo 5º, quando diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Apoiamos a manutenção do texto integral do PNDH3 (Decreto nº 7.037 de 2009), conforme publicado em 21/12/2009.
Denunciamos a interferência da Igreja Católica nos assuntos políticos do Estado Brasileiro, laico por princípio, em assuntos que devem ser tratados sob a luz da democracia secular, e não sob a sombra dos fundamentalismos religiosos. É o caso da revisão da legislação punitiva sobre o aborto, recomendação da Plataforma de Ação da Conferência de Beijing, da qual o Brasil é signatário sem reservas, e ponto atacado pelas igrejas no PNDH3. Exigimos que o governo brasileiro cumpra os compromissos com acesso universal aos direitos humanos, tanto os firmados internamente quanto aqueles assumidos perante a comunidade internacional.
No Brasil, a Lei Maria da Penha se tornou um marco legal para os direitos de lésbicas e mulheres bissexuais, tornando-se uma referência legitima enquanto marco político. Porém, expressamos nossa preocupação quanto ao sucateamento da lei e a ausência de políticas públicas que considerem a violência doméstica e familiar entre e contra lésbicas e mulheres bissexuais, reforçadas pelo projeto hegemônico de sociedade.
O PLC 122/06 se tornou ponto principal dos debates públicos pela conquista da cidadania plena LGBT e com isso, propiciou que a sociedade brasileira entrasse para as discussões ditas polêmicas, instrumentalizadas pelas religiões conservadoras e fundamentalistas, como alguns setores das igrejas evangélica e católica.
Esse contexto reflete nas casas legislativas, como o Congresso Nacional, onde diversos projetos que visam a garantia da cidadania LGBT estão em tramitação, porém inertes à vontade religiosa dos políticos desse país, que fere profundamente a laicidade do Estado prevista na Constituição Federal.
Isso nos faz questionar qual modelo de Estado estamos construindo. O que demonstra a fragilidade da garantia do Estado Laico brasileiro e consequentemente, a omissão dos poderes judiciário, legislativo e executivo no processo de interferência das religiões na construção de políticas públicas que efetivem a cidadania LGBT.
Apesar da Constituição Federal, em seu artigo 5°, garantir direito igualitário a todas as pessoas, da Lei 70.434 de 20 de novembro de 1985, que inclui entre as contravenções penais as práticas de atos racistas e da lei 10.639/2003 que torna obrigatória o ensino das histórias da África e afrobrasileira, o racismo institucional e estrutural permeia as nossas relações cotidianas causando tripla discriminação às lésbicas e mulheres bissexuais negras, e nesse sentido é de suma importância trabalhar o enfrentamento do racismo, lesbofobia e da misoginia se constituindo como pautas obrigatórias em todas as agendas políticas.
As violações dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais são alarmantes. A criminalização da homossexualidade ocorre em 75 países do mundo. No continente americano, 11 países localizados na América Central e no Caribe, penalizam a homossexualidade com reclusão de 10 anos ou mais, como é o caso do Belize, da Dominica, de Barbados, da Guiana, entre outros.
As discussões acerca da penalização da homossexualidade em Uganda, as recentes torturas ocorridas contra as lésbicas na Argentina, os estupros coletivos e corretivos nos países islâmicos e outros países do mundo, são reflexos da imposição da heterossexualidade.
A atuação e consequente influência do Brasil na pauta dos direitos humanos mundial são inegáveis, por isso reforçamos e exigimos do governo brasileiro, como liderança reconhecida internacionalmente, um posicionamento político contra qualquer tipo de violação aos direitos humanos, principalmente afirmando a sua indignação com as violências cometidas contra a população LGBT.
Recomendamos ao Estado brasileiro que se comprometa formalmente com a adoção e implementação dos Princípios de Yogyakarta sobre a Aplicação da Legislação Internacional de Direitos Humanos em relação à Orientação Sexual e Identidade de Gênero, em todas as suas esferas, como mais uma forma de garantia e promoção dos direitos humanos de LGBTs.
Por isso, reafirmamos a importância da garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, da luta antirracista, anticapitalista, antissexista, da autonomia das mulheres e seus corpos, da legalização do aborto, da adoção e da união civil entre pessoas do mesmo sexo, do direito à memória e à verdade, direitos reconhecidos e manifestados nas diretrizes do PNDH3, além do respeito à autonomia e responsabilidade de crianças e adolescentes no desenvolvimento e exercício de sua sexualidade.
Somos negras, brancas, idosas, jovens, pobres, ricas, adolescentes, com deficiência, vivendo com HIV/Aids, ciganas, indígenas, mulheres comuns, anônimas, famosas, religiosas ou não, trabalhadoras, pesquisadoras, desempregadas, mães, filhas, avós, obesas ou magras, somos mulheres que estão e vivenciam os campos e as cidades. E situadas nessa diversidade de identidades, mundos e olhares acreditamos e lutamos por uma sociedade livre de preconceitos, discriminações e com justiça social.








E algumas fotos de Marian Pessah





sexta-feira, 28 de maio de 2010

Show Actitud María Marta no I Festival das Juventudes de Fortaleza






De 3 a 6 de junho acontece na Praia do Cofeco em Fortaleza o I Festival da Juventude em Fortaleza - América Latina e as Lutas Juvenis. O Evento, que tem por objetivo promover intercambio cultural e político entre os jovens espera a participação de cerca de 3 mil jovens de Fortaleza e toda América Latina.



Entre os diversos encontros, fóruns, atividades auto gestionadas e debates que aconteceram dentro da programação do Festival, há uma gama de atividades culturais e apresentações musicais.



Já estão confirmadas a presença de diversas Bandas como Mutantes, Teatro Mágico, Zeca Baleiro, Luiz Melogia,Tribo de Jah e a Banda Argentina Actitud María Marta.






Actitud Maria Marta é “Uma banda de meninas sem papas na língua”.participa de um coletivo chamado Hip Hop Revolución, que trabalha com diversos grupos e artistas do hip hop latino-americano que mantém o caráter de protesto desse movimento musical.
Vale muito apena conferir!


Maiores informações sobre o festival: http://festivaldasjuventudes.blogspot.com/

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Batucda Feminista na XI Parada - Programação Preparatória

Moças, estamos nos preparando para a XI Parada Pela Diversidade Sexual do Ceará, e esse ano queremos dar um show de visibilidade política para as lésbicas e mulheres bissexuais, por isso conjuntamente pensamos em além de ter uma boa visibilidade visual, nos prepararmos antecipadamente para uma bela BATUCADA FEMINISTA na nossa manifestação na Parada.
Para que a Batucada aconteça do jeito que planejamos, contamos com que todas levem seus tambores e instrumentos de percussão, mas além disso, conseguimos recursos para fabricar cerca de 30 instrumentos! Esses instrumentos vão ser fabricados por nós mesmas em oficinas que já começaram e vão até dia 13 de junho. Todas estão convidadas a participar desses momentos e quem sabe até aprender uma nova profissão, não é mesmo? Nessas oficinas além de confeccionar os tambores, vamos ter umas aulinhas de ritmo, onde vamos ensaiar um repertório de palavras de ordem e músicas políticas para a nossa manifestação na parada. A idéia é a gente já ir se preparando pra em agosto estarmos movimentadas para a I Caminhada Lésbica de Fortaleza. Você acredita nessa idéia?
Depois vamos realizar ensaios abertos na Praça da Gentilandia, com o objetivo de reunir o maior número de mulheres com seus tambores, latas, panelas etc.. para estarmos "afiadas" para a nossa manifestação na XI Parada.
E aí dia 27 DE JUNHO todas, todas as mulheres se concentrem na frente do primeiro trio para darmos inicio a nossa manifestação!
Ajudem a divulgar essa idéia!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Sobre a I Marcha LGBT para Brasília











Às vésperas da 1ª Marcha Nacional LGBT, revista Veja publica reportagem para desqualificar militância


http://www.mundomais.com.br/exibemateria2.php?idmateria=1379
Domingo, 09 de Maio de 2010 REVISTA VEJA Veja essa!

Às vésperas da 1ª Marcha Nacional LGBT, revista Veja publica reportagem para desqualificar militância por Valmir Costa

Capa da Revista Veja de 12 de maio de 2010 SÃO PAULO – “Sem bandeiras nem passeatas”. Esta é uma das retrancas da reportagem de capa da revista Veja, que chega às bancas na próxima quarta-feira, 12, de todo o Brasil. Em São Paulo, ela já ocupa as bancas neste final de semana com a chamada “Ser Jovem e Gay: a vida sem dramas”. A reportagem mostra os conflitos de jovens que – na flor da idade – já resolveram a questão da homossexualidade, e vivem em harmonia dentro de casa.No entanto, a reportagem mostra um valor liberal da cidadania, na qual cada um age de forma individualista – neste caso na homossexualidade – e, assim, modifica (sem movimentos sociais organizados) a sociedade.“A cidadania liberal é a justificação da existência do estado não se encontra primariamente na proteção de direitos subjetivos privados iguais, mas sim na garantia de um processo inclusivo de formação da opinião e da vontade, em que cidadãos livres e iguais se entendem sobre os fins e as normas que correspondam ao interesse comum de todos. Com isso, exige-se do cidadão republicano mais do que a orientação segundo os seus respectivos interesses privados”, define o sociólogo e filósofo alemão Jürgen Habermas, 81.Este tipo de cobertura jornalística da revista Veja, que se mostra extremamente conservadora e liberal, aparece bem às vésperas da realização da 1ª Marcha Nacional LGBT, que acontece em Brasília entre os dias 17 e 19 deste mês, culminando com o 1º Grito Nacional pela Cidadania LGBT e Contra a Homofobia, marcado para às 9h do dia 19, na Esplanada dos Ministérios.Nas entrelinhas, a revista Veja tenta desmobilizar e desmerecer a mobilização social da Marcha LGBT – na qual a militância de todos os estados e não-militantes rumam a Brasília para pressionar o Congresso Nacional e o Senado para a aprovação de leis que deem garantias aos homossexuais brasileiros – como a união civil (que está no Congresso desde 1995) e a aprovação da PLC-122/06 (que pune a homofobia no país). Tudo isso da forma mais perversa e sorrateira como age a direita conservadora brasileira. Este pensamento está no seguinte trecho apresentado pela reportagem:“Os jovens que aparecem nas páginas desta reportagem, que em nenhum instante cogitaram esconder o nome ou o rosto, são o retrato de uma geração para a qual não faz mais sentido enfurnar-se em boates GLS (sigla para gays, lésbicas e simpatizantes) - muito menos juntar-se a organizações de defesa de uma causa que, na realidade, não veem mais como sua”.
Personagens da reportagem da Veja Tendenciosa de direita – Neste sentido, a Veja tenta desqualificar o movimento LGBT brasileiro como se os homossexuais tivessem direitos civis resguardados pelo Estado. Logo, mostra a postura tendenciosa da publicação. Como lobo em pele de cordeiro, a Veja expõe a classe média ou alta brasileira na reportagem. E esta é a principal característica da chamada "cidadania liberal", pois ela considera o cidadão como consumidor e não como portador de direitos. Perversamente, a Veja esconde as chagas reais nas quais vivem os homossexuais desse Brasil tupiniquim. Esconde que um LGBT é assassinado a cada dois dias, como relata o Grupo Gay da Bahia (GGB), anualmente, no Relatório Anual da Homofobia no Brasil.A reportagem também expõe a despolitização das paradas gays no país. “Na última parada gay de São Paulo, a maior do mundo, a esmagadora maioria dos participantes até 18 anos diz estar ali apenas para "se divertir e paquerar" (na faixa dos 30 o objetivo número 1 é "militar"). A questão central é que eles simplesmente deixaram de se entender como um grupo”, diz a reportagem.É fato que as paradas tiveram a função política de colocar os LGBT nas ruas. Tanto é que nas primeiras manifestações em São Paulo, os gatos pingados tinham a possibilidade de estarem ali resguardados por máscaras, que eram distribuídas ao longo da passeata àqueles que não poderiam mostrar o rosto. E é exatamente este tipo de homossexual – o que se esconde da realidade dos homossexuais e não se preocupa com a coletividade dos direitos LGBT – que a Veja mostra."Nunca fiz o tipo masculino nem quis chocar ninguém com cenas de homossexualidade. Basta que esteja em paz e feliz com a minha opção", diz a lésbica e estudante paulista Harumi Nakasone, 20, à revista. A cilada tendenciosa da Veja continua quando cita “pesquisas científicas” de forma infame, sem argumentos científicos e sem pesquisas atuais. Segundo a publicação, “uma comparação entre duas pesquisas nacionais, distantes quase duas décadas no tempo, dá uma ideia do avanço quanto à aceitação dos homossexuais no país. Em 1993, uma aferição do Ibope cravou um número assustador: quase 60% dos brasileiros assumiam, sem rodeios, rejeitar os gays. Hoje, o mesmo porcentual declara achar a homossexualidade "natural", segundo um novo levantamento com 1.500 adolescentes de onze regiões metropolitanas, encabeçado pelo instituto TNS Research International”No entanto, a Veja não considera a pesquisa da Fundação Perseu Abramo. Realizada no ano passado, ela apontou que 92% dos brasileiros têm preconceito com LGBT. Enfim, a revista cita a pesquisa de 1993 e não cita nenhuma pesquisa realizada na atualidade para respaldar seus argumentos.Comparação aberrante – Para mostrar que os LGBT do Brasil não precisam de mobilização social, a revista cita países europeus, que têm salvaguarda do Estado em relação aos homossexuais, e com Índice de Desenvolvimento Humando (IDH) elevado. “Foi o que já ocorreu em países de alto IDH, como Holanda, Bélgica e Dinamarca. Lá, isso se refletiu em avanços na legislação: casamentos gays e adoção de crianças por parte desses casais são aceitos há anos. No Brasil, onde não há leis nacionais como essas, a apreciação fica sujeita a cada tribunal”, diz a Veja no seu processo de articulação de direita para mostrar que os homossexuais brasileiros vivem numa boa.Para piorar a situação, a Veja diz que o Brasil já sabe se posicionar e criticar a homofobia. Para isso, cita os militares Laci Marinho Araújo e Fernando Machado, que são perseguidos pelo Exército por sua homossexualidade. No mesmo parágrafo, para provar essa “tolerância brasileira”, cita as críticas feitas à homofobia ao BBB Marcelo Dourado. Só não diz que os militares gays até hoje ralam para terem seus direitos adquiridos e que a homofobia de Marcelo Dourado foi premiada com R$ 1,5 milhão.Ao longo da reportagem, a Veja mostra personalidades que assumiram a homossexualidade, como o cantor Ricky Martin e o jogador de rúgbi galês Gareth Thomas. Em síntese, à primeira vista, a revista mostra uma boa reportagem para e sobre os homossexuais. Porém, da forma que conduz a reportagem – e no momento na qual ele é divulgada – só desmerece o movimento LGBT brasileiro. É uma forma de “cala a boca”, que está tudo certo, tudo funciona e ninguém precisa de gritaria militante para pedir direitos. Diga-se de passagem, direitos homossexuais que a Veja sequer deu destaque na sua capa! Veja bem, mas veja com outros olhos!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Participação das mulheres na XI Parada da Diversidade Sexual do Ceará


"...A política é coisa de mulher!
...O batuque é coisa de mulher!"


O grupo LAMCE em parceria com ativistas lésbicas e mulheres bissexuais independentes estará, a partir do dia 22 de maio construindo a participação das mulheres na XI PARADA DA DIVERSIDADE SEXUAL.

Assim, será realizado o curso Batuques Políticos "Coisa de Mulher". O curso visa a construção de tambores, o aprendizado de ritmos e ensaios para todas juntas participarmos da Ala das Lésbicas e Mulheres Bissexuais durante a Parada.

O curso será dividido em 3 fases:
1ª Aprendendo a construir tambores
2ª Aprendendo os ritmos
3ª Ensaios

CONVOCAMOS todas as mulheres sejam elas lésbicas, bissexuais ou heterossexuais para participarem do curso.

Quando começa? Dia 22 de maio
Que horas? às 13h
Onde? na Casa Feminista Nazaré Flor (Av. Imperador 1443- em frente ao Colégio São Rafael)


VAMOS JUNTAS ATRAVÉS DA CULTURA E DA POLÍTICA CONTRUIR AÇÕES TRANSFORMADORAS!

Obs.: Vagas Limitadas!

Maiores informações:
8690.6467 (Luanna)
8881.1541 (Lídia)
8505.1618 (Alessandra)


Apoio Cultural: Prefeitura de Fortaleza (Secretaria de Direitos Huamnos-Coordenadoria da Diversidade Sexual)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Porto Velho sedia o VII SENALE – Seminário Nacional de Lésbicas e mulheres Bissexuais nos próximos dias 07 a 11 de maio




Porto Velho sedia o VII SENALE – Seminário Nacional de Lésbicas e mulheres Bissexuais. Nos próximos dias 07 a 11 de maio, em Porto Velho acontecerá o VII SENALE, este evento de âmbito Nacional, tem por finalidade reunir e capacitar lideranças de todo o território nacional além de promover o debate sobre as especificidades desta parcela da população brasileira, entre os temas estão: combate a violência, racismo e machismo, além de educação, saúde e cultura. Esses debates visam contribuir na construção de políticas públicas para esta população.Mulheres lésbicas e bissexuais reuniram-se pela primeira vez em 1996, na cidade do Rio de Janeiro, onde se estabeleceu o 29 de agosto como dia nacional da visibilidade lésbica, depois em 1997, na cidade de Salvador\BA; em 1998 – Betim\ Minas Gerais; em 2001 – Aquiráz\CE;em 2003 – São Paulo; 2006 – Recife\PE.Agora inusitadamente, em Porto Velho\RO. O que se pode considerar uma característica deste Estado, em se tratando de região norte, em 1996 realizou-se nesta capital o 1º encontro de lésbicas e mulheres bissexuais da região norte, que contou com a participação de representantes dos sete Estados da região norte, em 2008, houve a execução do Projeto SOMO-LÉS\Norte, que promoveu a capacitação de lésbicas e mulheres bissexuais em Advocacy, Organização institucional e interação com o movimento nacional, e em 2009 houve o Encontro Estadual de lésbica e mulheres bissexuais de Rondônia, além de duas caminhadas de mulheres que amam mulheres.O VII SENALE tem como temário “unificação, Fortalecimento e visibilidade”, é uma realização da Universidade Federal de Rondônia e conta com o apóio da Secretaria Estadual de Ação Social do Estado de Rondônia; Fundação Cultural Iaripuna; Ministério da Saúde, Secretaria Especial de promoção da igualdade racial e outros partícipes. Com o financiamento da Secretaria de Direitos Humanos da presidência da República e da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres e a execução do Centro de Estudos e pesquisas Jurídicas da Amazônia – CEJAM e a Comissão Porto Diversidade.Este temário vem da necessidade de visibilizar esta população, que no real, é negado o seu reconhecimento como cidadã, em todos os âmbitos no que se refere à gestão pública, seja na saúde, na educação, justiça, enfim não há uma preocupação com esta população brasileira, eventos assim aproximam e fortalecem, movimentos transformadores que buscam uma sociedade mais justa, sem machismo, sem racismo, sem lesbofobia e mais igualitária. O cotidiano e a educação preconceituosa e racista predominante em nossa sociedade constroem estigmas cruéis e condicionantes. O estigma se constitui como uma das mais significativas formas de violação dos direitos humanos das mulheres no Brasil. Para a população de lésbicas e mulheres bissexuais, o estigma tem se tornado um vilão, que não só invisibiliza essas mulheres, mas que principalmente, é uma das principais causas de violência. Segundo dados da Anistia Internacional (2006), lésbicas e mulheres bissexuais são as que mais sofrem violência no mundo, pois associa gênero com orientação sexual. E com base no acima exposto a partir desta sexta feira o Brasil estará reunido em Porto Velho e discutindo Políticas Públicas e dando visibilidade a lésbicas e mulheres bissexuais, mais uma vez, esta capital e este Estado prova pra o resto do País que é sensibilizado e busca a implantação da política de direitos humanos, para juntos construirmos a sociedade rondoniense sem estigmas, sem opressões, com liberdade valorizando a democracia e estabelecendo a cidadania de todos e de todas.




Maiores informações: http://senale.wordpress.com/