"Quero fazer da minha existencia lesbica feminista a produção crítica de mim mesma e do mundo!"

(frase criada por várias lésbicas feminista do Brasil- Marylucia Mesquita, Luanna Marley, Kaká Kolinsk...)

quarta-feira, 8 de julho de 2009



Lições contra o preconceito
Fonte: Comitê de Sustentabilidade / Revista Época)

Com a ajuda de escritores, ilustradores e movimentos sociais, a ONG brasiliense Indica lança em 2.600 escolas públicas de todo o Brasil, apartir do dia 6 de julho, uma coleção de nove livros de apoio àdiversidade, ilustrados sobre temas como orientação sexual, raça,gênero e deficiência, acompanhados de um audiolivro para deficientesvisuais com todas as histórias, trilha sonora e um encarte em braile.

Essa coleção faz parte do projeto Bem-Me-Quer, desenvolvido pela ONGbrasiliense Indica, o Instituto dos Direitos da Criança e doAdolescente, com o objetivo de dar lições sobre preconceito ediversidade para crianças da pré-escola ao ensino fundamental.
Esse instituto foi fundado em 2002 pelo libanês Agop Kayayan,ex-representante no Brasil do Unicef, o Fundo das Nações Unidas para aInfância. Segundo Kayayan, a ideia surgiu depois que ele constatou que o preconceito pode ter maior impacto sobre crianças do que sobreadultos. "A discriminação é uma das principais causas da violênciaentre crianças. A criança discriminada sofre mais e perde muito de suaautoestima", afirma.

Para ajudar a melhorar o ambiente das escolas, o Indica organiza mostras de vídeo, eventos culturais e reuniões comeducadores sobre diversidade. Mas a distribuição de livros infantis éa iniciativa mais ambiciosa da ONG, que tenta fazer um acordo com oMinistério da Educação para incluir a coleção na lista de publicaçõe sindicadas pelo órgão do governo para que a discussão sobre diversidade possa alcançar todas as escolas.

Para viabilizar o projeto, ocoordenador editorial Alex Chacon reuniu 14 autores e ilustradores do Brasil, da Argentina e do Chile. Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, a pedido do Ministério da Educação, em 501 escolas públicas do país, mostra que a discriminaçãoem sala de aula é generalizada: 99,3% das pessoas entrevistadas demonstraram ter algum tipo de atitude preconceituosa. Entre os alunos, 19% já viram algum colega negro ser vítima de perseguiçãopelos colegas, aquilo que os anglo-saxões chamam de bullying.
Classe social e orientação sexual, nessa ordem, completam a lista dos motivos mais frequentes para práticas discriminatórias. Ao confrontar os dados das escolas com os resultados da Prova Brasil 2007, constatou-seque o desempenho dos alunos piora de acordo com o índice depreconceito nas instituições. "Em escolas com nível mais acentuado deatitude preconceituosa e bullying, a nota média de português ematemática foi menor", afirma o coordenador da pesquisa, José AfonsoMazzon.

É natural que melhorando o ambiente, tornando-o mais propício,com respeito à diversidade, o desempenho dos alunos melhore e oaprendizado se torne mais proveitoso. Antes de serem publicados, ostextos e as ilustrações da coleção foram avaliados por psicólogos emembros de ONGs de minorias, que sugeriram alterações e o uso determos politicamente corretos. Outra preocupação foi garantir aqualidade artística do material, inclusive o Indica também elaborou umguia para orientar os educadores sobre o uso dos livros em sala deaula.

Para o idealizador do projeto, Agop Kayayan, a coleção éapenas o primeiro passo para combater o preconceito no país. Ascrianças aprendem com os adultos a discriminar outras crianças e adolescentes diferentes em religião, cor de pele, classe social e outros fatores. A ideia é ajudar a criança a reconhecer o preconceito, perceber que, às vezes, deixa de ser amiga de outra criança porpreconceito e levar isso em conta em suas decisões, inclusive fazendo com que a criança leve essa discussão para fora da escola, influenciando seus pais a mudarem de comportamento, diminuindo esse problema no Brasil.

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